Os resultados do inquérito realizado, em 2023, no âmbito do Observatório dos Seguros de Saúde, permitiram apurar que cerca de 31% dos indivíduos residentes em Portugal possuem um contrato de seguro de saúde. Esta incidência é maior junto dos perfis mais novos, com níveis de escolaridade mais elevados, que se encontram empregados e que têm rendimentos mais elevados.
Figura 1. Cobertura do seguro de saúde em Portugal
Nota: Inquérito telefónico realizado a uma amostra de 800 inquiridos representativos da população residente em Portugal, com idade igual ou superior a 18 anos, tendo em conta as variáveis sexo, escalão etário e região NUTS II. Para o efeito, foi realizada uma amostragem baseada na geração aleatória de números de telefone para a rede fixa e rede móvel, de acordo com os prefixos atribuídos pela ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações. A recolha de dados foi realizada em outubro de 2023.
Na Figura 2, com o objetivo de evidenciar quais os segmentos diferenciadores, apresenta-se a distinção em pontos percentuais entre o conjunto de indivíduos que dispõe de seguro de saúde e a população em geral. Constata-se que as pessoas com contratos de seguros de saúde são tendencialmente mais novas e têm níveis de escolaridade mais elevados.
Verifica-se igualmente a abrangência de mais pessoas empregadas e destaca-se o facto de que quem tem seguro aufere salários mais elevados. Esta diferença tem algum realce nos salários mais baixos.
Figura 2. Caracterização da população coberta com seguros de saúde: diferença face à população em geral, em pontos percentuais
Em termos de confiança, os seguros de saúde foram avaliados, em média, nos 6,6 sendo superior junto dos indivíduos que têm seguro de saúde (8,0). A escala aplicada varia de 1 a 10, onde 1 significa “sem nenhuma confiança” e 10 significa “com a máxima confiança”.
Figura 3. Confiança nos seguros de saúde
Os indivíduos com contratos de seguros de saúde estão globalmente satisfeitos, considerando tratar-se de um serviço de qualidade. Para esta perceção contribui positivamente a disponibilização pelas empresas de seguros de aplicações (apps) e de outros serviços digitais para relacionamento com os clientes – em que se inclui o envio de documentação contratual e o tratamento de sinistros (8,2), que é muito valorizada pelos beneficiários destes seguros.
Pelo contrário, a clareza da informação prestada ao longo do relacionamento contratual é o aspeto que recolhe menor nível de satisfação (7,7). Uma vez mais, a escala aplicada variava de 1 a 10, onde 1 significa “muito insatisfeito” e 10 significa “muito satisfeito”.
Figura 4. Qualidade dos seguros de saúde
Em linha com o nível de satisfação, observa-se uma forte fidelidade dos indivíduos entrevistados, que indicam, com elevada probabilidade, o intuito de permanecerem vinculados ao seu contrato de seguro de saúde (7,7).
De igual forma, observa-se que os indivíduos com seguro de saúde têm uma perceção positiva sobre a acessibilidade aos serviços de saúde conferidos pelo seu seguro, nomeadamente no que concerne aos tempos de espera entre a marcação e a realização da consulta, exame ou tratamento (8,2) e a acessibilidade à rede de prestadores de cuidados de saúde (8,1), numa escala em que 1 significa “muito insatisfeito” e 10 significa “muito satisfeito”.
Figura 5. Acessibilidade aos seguros de saúde
A questão da acessibilidade demonstra-se determinante para a aquisição de um seguro de saúde, sendo a dificuldade de acesso ao SNS o principal motivo declarado para aquisição de seguros de saúde (30%).
Figura 6. Principal motivo para adquirir seguros de saúde